"Jesus nunca me mandou nenhum sms... E se mandasse eu respondia-lhe"

Entrevista a Alan. Na sua estreia na Liga, em 2001, Jesus ainda era treinador do Setúbal e o primeiro golo na prova foi ao FC Porto de Baía e Mourinho. 353 jogos depois, mantém o "friozinho na barriga".
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Marítimo-V. Setúbal. 13 de agosto de 2001. Diz-lhe alguma coisa?

Ui. Faz tempo já. Foi Nelo Vingada quem me lançou. Estava com aquele friozinho na barriga. Primeiro jogo na Europa, mas foi sensação boa.

Entrou aos 60 minutos a substituir o Gaúcho, um avançado brasileiro. Lembra-se dele?

Claro. Por curiosidade, é meu padrinho de casamento. Ficámos muito amigos no Marítimo.

Daí para cá já foram 353 jogos no campeonato português. Eusébio, por exemplo, só fez 313...

É um orgulho enorme. Essa marca tem tudo: trabalho, dedicação e acima de tudo a sorte de um percurso sem lesões.

Chegou cá aos 21 anos com que sonhos? Pensava ficar tanto tempo?

Primeiro foi um choque. O empresário chegou ao pé de mim e disse "vamos para a Europa". Eu fui falar com o meu pai e disse-lhe "não vou". Mas o meu pai convenceu-me: "vai sim, que é uma oportunidade única e o comboio passa uma vez só." Vim a chorar. Cheguei a pensar que tinha de fazer a minha carreira, mas nunca pensei que ia ficar tanto tempo. Certo é que vim, conheci a minha esposa, casei aqui, tenho dois filhos e já lá vão 14 anos. Já quase sou mais português do que brasileiro.

Depois de Marítimo, FC Porto, Guimarães, oito anos no Braga. Encontrou o lugar onde é feliz?

Sim. Encontrei felicidade e também o apoio dos fãs, da estrutura, dos amigos... Independentemente das pessoas falarem que eu podia ir para outros clubes, estou feliz e acho que isso é o mais importante.

Começa mais uma época, amanhã, contra o Nacional. Ainda sente o friozinho de há 14 anos ou isto já não mexe com os nervos?

Sinto, claro. Se não já tinha parado de jogar futebol. Dá sempre o friozinho na barriga, a expectativa de como vai correr... acho que o primeiro jogo dita sempre muito de como vai correr a época.

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